domingo, 19 de agosto de 2012

A MESMA DOR


Era um jovem de alma inquieta.
Não se conformava diante das dificuldades financeiras de sua família. Ansiava sair do bairro pobre onde morava, freqüentar festas, ter boas roupas...
Angustiado, queria obter tudo que desejava.
E, numa hora infeliz, conseguiu uma arma.
Oculto pelas sombras da noite, aproximou-se de um rapaz que, de volta da faculdade, entrava em seu carro. Exigiu-lhe que entregasse a carteira. Como o rapaz reagisse, o assaltante não hesitou em atirar e fugir rapidamente.

Fig. 1- 
A bala localizou-se de tal forma que, apesar de todos os recursos médicos, o rapaz ficou com as pernas paralisadas.
Uma vida inteira sensivelmente alterada.
O tempo passou e o criminoso nunca foi descoberto. A consciência acusava-o, entretanto.
Já homem maduro, começou a sentir terríveis dores nas pernas. Consultou médicos diversos.
Submeteu-se a tratamentos dolorosos.

Contudo não pôde evitar a doença progressiva e incurável, que lhe fez passar os vinte últimos anos de sua vida, com as pernas paralisadas, em uma cadeira de rodas.

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