domingo, 19 de agosto de 2012

O LEÃO E O RATINHO



Há muito tempo, havia numa floresta um leão muito grande e feroz.
Num dia de inverno, em que o alimento estava bastante escasso, o leão acordou com muita fome. Mal o sol começou a aparecer, levantou-se e saiu para caçar. Andou por toda a floresta, mas nada achou que lhe servisse de alimento. Já de volta para a toca, o leão resolveu parar um pouco para descansar.Nisto, ouviu um ruído. Uma coisa pequena se movimentava. Que seria? Um ratinho!...

Fig. 1- Zás!... E num instante o animalzinho estava preso entre as patas do leão.
– Ai, seu Leão, que susto! Solte-me, por favor – gemeu o pobre bichinho.
– Soltar você? Por que soltar você, se estou morrendo de fome? Você vai ser o meu almoço, falou o leão.
Mas o ratinho insistiu, tremendo de medo:
– Não faça isso, seu leão, sou tão pequeno que nem matarei sua fome. Solte-me, por favor. Um dia, talvez eu ainda lhe seja útil... O leão deu uma risada de fazer medo e disse:
– Útil?!... Quem é você para ser útil ao mais poderoso dos animais? Ora, não seja bobo!... Vou comer você.

Fig. 2- Mas o ratinho tanto pediu, tanto suplicou, que o leão acabou ficando com pena e o soltou.
– O senhor é mesmo muito legal, seu Leão!
E o animalzinho assim dizendo com sua voz esganiçada, sumiu-se na floresta.
Muito tempo passou. Muitos invernos, quando os animais, tremendo de frio, procuravam suas tocas. Muitas primaveras, quando a floresta ficava linda e os animais, felizes. Mas, com o passar do tempo, o leão já não corria nem saltava como antigamente. Até para enxergar tinha muita dificuldade.
Certo dia, o leão caminhava vagarosamente, quando, ao passar perto de uma árvore... zás!... uma rede caiu sobre ele. Era uma armadilha! O leão rugia e esperneava, procurando livrar-se da terrível rede, mas nada conseguia. Estava mesmo bem preso. Nisto, ouviu um ruído. Procurou enxergar aquela “coisa” que se aproximava. Esforçou-se e rugiu forte, tentando amedrontar... Então, ouviu uma voz “esganiçada”:
– Que lhe aconteceu, seu Leão, o senhor está preso?
O leão respondeu resmungando:
– Não está vendo?... Quem é você?...
– Ora, seu Leão, o senhor não se lembra de mim... Eu sou o rato. Um dia o senhor me poupou a vida... Agora, vou libertá-lo dessa rede.
O leão ficou muito admirado, mas exclamou com desânimo:
– Oh, rato!... Como pode você, tão pequeno, me livrar dessas malhas horríveis?...
– Tenha paciência, seu Leão, tenha paciência... Eu livrarei o senhor.

Fig. 3- E, assim dizendo, começou a roer as malhas da rede, uma por uma.
Durante horas roeu até fazer um grande rombo para o leão passar.
– Está livre, seu Leão, está livre, pode sair.

Fig. 4- E sem esperar o “muito obrigado” do leão, fugiu depressa, pensando: “O leão está com muita fome!...”
Depois, sorriu satisfeito e falou:
– Estou muito contente!... Hoje é um dia muito feliz para mim!

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